A erosão nas margens do Córrego Guaixaia provocou desmoronamento em trecho de 30 metros da Avenida das Nações, em Santo André. Ambos os sentidos da via foram comprometidos, aumentando os congestionamentos no local. Ainda não há prazo para que o problema seja resolvido pela Prefeitura.
Segundo moradores do entorno, os primeiros deslizamentos ocorreram nos últimos dias de dezembro, na pista sentido Rua Oratório. Na direção contrária, a margem caiu para dentro do rio na semana passada. Desde então, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) sinalizou o local, mas não executou nenhuma obra. Os acidentes ocorreram nas proximidades da Avenida Araucária, no Parque Novo Oratório.
“O pessoal da Prefeitura vem, olha e vai embora. Até agora, ninguém fez nada”, critica o motorista Paulo Henrique Rodrigues, 22 anos. Ainda em 2012, o Semasa concluiu obra de recuperação de parte das margens do córrego. No entanto, o trecho que caiu nas últimas semanas não foi contemplado pelo serviço.
O temor dos moradores é que ocorram novos escorregamentos de terra. “Tenho medo que a estrutura da casa possa ser comprometida. Se nada for feito aqui, a rua vai sumir”, reclama o chaveiro Joel Pereira Pena, 69.
Além da erosão, outra situação que provoca transtorno é o transbordamento do córrego em dias de chuva. Para evitar prejuízos maiores, comerciantes instalaram comportas na parte dianteira dos imóveis. “É comum dar enchente aqui. Dá última vez, a água chegou a quase um metro de altura. O rio é muito estreito e não consegue dar vazão”, afirma o comerciante Francisco José de Souza, 43.
A Prefeitura Municipal de Santo André informa que o deslocamento do talude da canalização do córrego foi causado pelas fortes chuvas do fim do ano. Para justificar o motivo de não ter iniciado obras emergenciais no local, a administração do prefeito Carlos Grana (PT) diz ter assumido o Executivo sem contrato de manutenção para a cidade – o último teria sido encerrado em outubro e não foi renovado pelo ex-prefeito Aidan Ravin (PTB).
A administração informa que está negociando recursos para a execução das obras de contenção, mas não forneceu prazos. Segundo a Prefeitura, todos os serviços de manutenção do município são feitos por uma força-tarefa, apenas com equipes de funcionários públicos.
Obra no Tamanduateí irá demorar 1 mês
O Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) deverá concluir as obras emergenciais no Rio Tamanduateí apenas na segunda quinzena de fevereiro. Na madrugada de quinta-feira, trecho de quase 100 metros da margem desmoronou na divisa de São Paulo com a cidade de São Caetano. O acidente ocorreu na Rua Manuel Pereira da Silva – nome que a via recebe após entrar na Capital.
A reconstrução da pista foi iniciada já na quinta-feira. Ontem, equipes ainda removiam terra do local. O muro que caiu ainda está dentro do rio.
Para evitar tragédias, o Estado de São Paulo irá contratar o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para diagnosticar os 16 quilômetros canalizados do curso d’água. Ainda não há estimativa de quanto será investido.
O desmoronamento fez com que três faixas de rolamento fossem interditadas. Para fugir do congestionamento, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) orienta que motoristas desviem pelas ruas Doutor Vicente Giacaglini, Visconde de Alcântara e Industrial, no bairro de Vila Prudente.
Fonte: Diário do Grande ABC