A Prefeitura de Santo André realiza uma série de testes com nobreaks instalados em três semáforos da cidade. A ideia é tentar evitar que parte dos equipamentos de sinalização de trânsito pare de funcionar em situações em que houver queda de energia, como costuma ocorrer no período chuvoso de janeiro a março.
A primeira fase, de instalação, começou em 27 de março. A segunda etapa, de simulações, começou em 29 de abril. Uma nova avaliação será feita nesta sexta-feira (10) e a última no dia 20 deste mês.
Segundo o Departamento de Segurança e Trânsito (DST) da cidade, todo o processo deve ser encerrado ainda em maio, quando um termo de referência será levado para a diretoria de licitações da administração municipal, que deverá redigir e publicar a licitação de compra dos aparelhos.
“Não fizemos aquisições de equipamento, recebemos de uma empresa a cessão dos equipamentos por 90 dias. Inicialmente, fizemos testes em três semáforos, em regiões bastante distintas e com características operacionais bastante diferentes. Instalamos os nobreaks em cruzamentos de baixa, média e alta volumetria de carros”, disse Epeus Pinto Monteiro, diretor da pasta.
Apesar de iniciado os testes em março, o DST não conseguiu analisar os equipamentos no período mais chuvoso na cidade, entre janeiro e março. “Para variar, tivemos um período grande de quedas de energia na cidade em janeiro, então, quando fomos instalar os equipamentos já não era comum ter queda de energia, que se acentua mais no período de chuvas. Como testamos os equipamentos? Nós fomos até o local e cortamos a energia do semáforo, desativamos a entrada de energia para saber quanto tempo a bateria aguenta com o semáforo em funcionamento. Em todos os testes os semáforos permaneceram em funcionamento por duas horas e meia”, afirmou Monteiro.
Ainda de acordo com ele, os testes foram feitos no cruzamento das avenidas Capitão Mário Toledo de Camargo e a São Bernardo do Campo, que é considerado de baixo volume de tráfego. Também foram feitos testes no cruzamento da Rua Tamoios com a Avenida Santos Dumont, que é de médio volume de circulação de carros. O terceiro ponto de testes foi da Rua São José com a Avenida dos Estados, considerada de alto fluxo de veículos.
“Esses locais foram escolhidos não só por suas características, mas pelos equipamentos lá instalados, todos com foco a LED, pois o consumo é menor. Semáforos com lâmpada incandescente têm consumo maior. Hoje temos 40% dos 253 pontos semaforizados da cidade com LED. O restante é com lâmpadas incandescentes ou halógenas”, disse Monteiro.
O diretor informou que o município pretende alterar todas lâmpadas dos semáforos. “Comparativamente, o consumo de uma lâmpada de LED é de 3 a 5 watts por hora. Uma lâmpada incandescente consome 100 watts, e a halógena chega a 80 watts. A tendência é de trocarmos todas as lâmpadas dos semáforos por LED”, disse Monteiro, sem citar quando isso será feito.
Segundo o DST, a bateria do nobreak dura cerca de quatro meses, podendo chegar a quatro anos, dependendo da composição química. “Estamos testando três tipos de bateria, a de chumbo ácido, de chumbo puro e a náutica (lítio polimerizado- lipo).”
Prazo de avaliação
A próxima etapa de testes, que será iniciada nesta sexta-feira, a prefeitura quer determinar a quantidade de vezes que as baterias suportam serem carregadas sem vício ou redução de capacidade. “Antes de vencer o prazo de 90 dias, queremos verificar a capacidade de recarga das baterias na cidade de Santo Andre. Elas têm garantias que variam de um ano até quatro anos. Queremos saber quantas vezes elas podem ser recarregadas sem apresentar problemas e baixar a energia.”
Os equipamentos foram fornecidos apenas pela empresa Trans Zoom, mas a secretaria não se opõe a fazer testes com nobreaks de outras marcas e afirma que a empresa não será beneficiada na concorrência licitatória. “Interessa conhecer outras empresas, outras marcas já que é uma fase de testes, não há ônus nenhum. Nos interessa conhecer o que há no mercado, quanto mais melhor”, disse Monteiro.
Segundo ele, concluindo os testes, a prefeitura vai fazer uma avaliação dos equipamentos, ver os custos médios de mercado, verificar se outras cidades testaram outros tipos de equipamento e fazer comparativos. “Aqui no ABC não tenho conhecimento, mas me parece que a CET, da cidade de São Paulo, está fazendo testes também, mas não sei quem são os fornecedores deles. Vamos avaliar se é viável e qual o valor aproximado por cruzamento, pois há diferenças entre os cruzamentos, o que pode definir o tipo de bateria a ser usada e quantidade necessária. Feito isso, faremos um termo de referência, encaminharemos para a nossa gerência de licitações da prefeitura, que vai preparar o edital”, afirmou o diretor.
Planejamento
Monteiro disse “a nossa ideia é colocar, pelo menos ainda neste ano, equipamentos em 60 a 70 intersecções da cidade. Quando chegar o período de chuvas do próximo ano a gente já teria os nobreaks nos principais cruzamentos. Prevenir a falta de energia nessas artérias principais da cidade é imprescindível. Existem alguns cruzamentos isolados onde a falta de energia não é tão grande do ponto de vista do controle de trânsito, mas nestes 70 pontos a falta de semáforo provoca prejuízos enormes do ponto de vista de congestionamento e segurança viária.”
Ele explica que a cidade tem 253 intersecções viárias semaforizadas, que podem variar entre cruzamentos de vias, entroncamentos, rotatórias ou travessias de pedestres. A quantidade de semáforos instalados também varia de acordo com o perfil de cada um desses pontos viários. “O ideal é que tivéssemos nobreaks em todos os pontos semaforizados da cidade e que em nenhuma deles tivesse problema de falta de energia”, disse Monteiro.
Fonte: G1