Um carrinho de cachorro-quente que funcionava sem autorização em frente à Fundação Santo André, no bairro Príncipe de Gales, pegou fogo às 16h20 de ontem, sem deixar feridos.
A ambulante Marinalva Moraes de Souza, 35 anos, disse que o acidente foi causado pelo aquecimento da válvula de um dos dois botijões de gás de cinco quilos que aquecem as salsichas e a chapa.
No momento do incêndio, quem cuidava da barraca era seu irmão, o ambulante Júlio César Grigório, 31, que teve oscabelos chamuscados.
O Corpo de Bombeiros informou que recebeu a ocorrência às 16h21, como vazamento de gás, mas que já não havia fogo quando prestou atendimento.
Marinalva começou trabalhar no local havia quatro meses e disse não ter licença da Prefeitura de Santo André. Ao lado do carrinho de cachorro-quente, a ambulante mantém tabuleiro onde vende salgadinhos e doces.
“Bom que ninguém se machucou e nenhum carro foi atingido. Como eu ia pagar um carro desses, moço?”, perguntou Marinalva.
A ambulante contou que precisou de mais do que suas economias para adquirir o carrinho de segunda mão. “Tudo – com a chapa, porque também faço lanches de calabresa, e as rodinhas novas -, custou R$ 600. Tive de pegar empréstimo.”
Marinalva mora nas proximidades, na Vila Guiomar, e disse montar a barraca no local, ao lado de um ponto de ônibus, sempre às 14h, permanecendo até 23h.
Pela manhã, a ambulante faz café e bolo para vender “aos funcionários do Rodoanel”. Na verdade é a obra de rebaixamento da Avenida Lions, em São Bernardo, perto da Fundação, que ela identifica a seu modo.
Quando viu a equipe do Diário, Marinalva se adiantou em falar. Disse que não estava fazendo nada ilegal, mas também não tem autorização da Prefeitura – sem perceber a contradição da declaração. Em sua ingenuidade, tentou explicar que não estava cometendo crime, apenas trabalhando.
A Prefeitura foi procurada, mas não informou se ambulantes têm licença para trabalhar no local nem como funciona a fiscalização.
Fonte: Diário do Grande ABC