Audiência questiona uso de cine teatro para orquestra em Santo André

O Movimento SOS Carlos Gomes participou ontem de audiência pública na Câmara Municipal de Santo André e questionou o objetivo da Prefeitura  de utilizar o espaço como sede da Orquestra Sinfônica da cidade. Sem a presença do secretário de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, Carlos Roberto Panini, que pediu o adiamento da reunião para depois da eleição, a audiência teve como tema O Carlos Gomes que queremos.

A ideia, segundo a professora da UFABC (Universidade Federal do ABC) Silvia Passarelli, é que o espaço seja de múltiplo uso. “Para fazer uma Sala São Paulo, como a administração quer, o investimento teria de ser muito maior que os R$ 2,6 milhões anunciados. A arquitetura do prédio não favorece a acústica, e seriam necessárias obras de grande porte para adequar a estrutura para a orquestra. De onde vai vir esse dinheiro?”, questionou.

O espaço de múltiplo uso contaria com cinema, teatro, palco para apresentações de música erudita e popular, entre outros. “O projeto dessa forma seria parte importante da revitalização do Centro”, avaliou o vereador Tiago Nogueira (PT).

ESTRUTURA





Além do futuro do cine teatro após a reforma, que começou em dezembro, a audiência pública levantou a preocupação com o estado atual do Carlos Gomes, que teve as obras embargadas no início deste mês, por meio de acordo entre o Ministério Público e a Prefeitura Municipal de Santo André. “A retirada da laje, que estava tomada por cupins, deixou as paredes sem estrutura. Correm risco de cair. Não houve estudo e sequer se sabia que as paredes eram sustentadas pela laje”, criticou Silvia.

A preocupação agora é com a chuva. “Uma das ações imediatas solicitadas pelo promotor à Prefeitura é que seja feita a proteção da pintura do cine teatro contra a poeira da obra, o vento e, principalmente, a chuva. Quase um mês depois, isso não foi feito”, disse o representante do Comdephaapasa (Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico-Urbanístico e Paisagístico de Santo André), Adalberto Dias de Almeida.

Os responsáveis pela audiência produziram relatório que será encaminhado ao Ministério Público e à Prefeitura para dar subsídios na elaboração e acompanhamento do projeto.

Fonte: Diário do Grande ABC





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