O plenário da Câmara de Santo André foi palco na noite de ontem de palestra para alertar sobre o que pré-candidatos a cargos públicos podem ou não fazer. Apesar de período propício para sua realização, considerando os pleitos municipais de 2012, a atividade registrou quórum pífio de políticos. Dos que ostentam mandatos, apenas o presidente do Legislativo, José de Araújo (que organizou o evento), e o vereador Gilberto do Primavera (PTB) se interessaram pelo tema.
A baixa adesão de integrantes da classe não foi por falta de aviso. Araújo encaminhou convites aos parlamentos das sete cidades do Grande ABC, que possui 108 vereadores, além de todos os partidos de guia Santo André. “Por que não vieram eu não sei”, lamentou o peemedebista.
Por outro lado, o plenário ficou cheio com as presenças de cerca de 100 pessoas que desejam ingressar na vida público-eletiva. O pré-candidato a prefeito de Santo André Edgard Brandão (PSC) foi um dos que acompanharam a explanação do especialista em Direito Público Paulo Silas de Melo, presidente do Instituto Municipalista Brasileiro e ex-presidente da Câmara de Taboão da Serra.
Entre os pontos legais de uma campanha eleitoral abordados estiveram a divulgação dos postulantes na sede dos legislativos (mediante autorização da mesa diretora) e a promoção pessoal na pré-candidatura sem utilizar símbolos partidários para marcar o nome perante o eleitorado. Entre os ilegais, ceder ou usar bens da administração pública. “Se há um doente terminal que precisa ser transportado ao hospital, leve com carro particular, e não oficial”, considerou o palestrante.
CORTESIA
Paulo Silas não foi contratado pela Câmara para fazer a apresentação. A palestra grátis, segundo Araújo, foi em troca da amizade que ostentam. “Não há remuneração porque a democratização da informação gera a evolução do pleito”, reforçou o presidente do IMB.
Em setembro, Paulo Silas foi à Câmara de Santo André (atendendo a chamado de Araújo) para tentar convencer os vereadores a aprovar o aumento do número de cadeiras da Casa de 21 para 27 a partir de 2013. No dia seguinte, o plenário rejeitou a proposta.
Ele também é advogado de Ney Santos (PSC), que em 2010, quando se candidatou a deputado federal, foi suspeito de ligação com o PCC. “Nada foi provado. Ele concorreu e obteve 44 mil votos”, defendeu Paulo Silas.
Fonte: Diário do Grande ABC