Santo André atrasa entrega de uniformes

A Prefeitura de Santo André atrasou a entrega dos uniformes escolares para os cerca de 33 mil alunos da rede municipal, entre ensinos Básico e Fundamental e Educação Especial e Infantil. Em janeiro, a administração Aidan Ravin (PTB) informou à equipe do Diário que os kits seriam entregues no início do ano letivo, na primeira reunião de pais, programada para fevereiro. Até agora, porém, nenhum estudante recebeu os novos materiais.

O mesmo problema ocorrido em 2011 se repete por conta de imbróglios em processo licitatório. Diante disso, apenas em abril  do ano passado o governo municipal começou a distribuição de par de tênis e, na sequência, também com demora, a entrega das roupas. Desta vez, a Prefeitura informou que prevê a oferta dos uniformes para as crianças de 51 escolas municipais e 31 creches em até dois meses. Os alunos novos terão prioridade.

O kit a ser recebido pelos estudantes é composto por conjunto de agasalho, duas camisetas de manga curta, uma regata, uma bermuda e um par de tênis.

“Nem tocaram no assunto do uniforme na reunião. Fica complicado porque é necessário lavar as roupas do meu filho todos os dias. Temos prejuízos com roupas que estão se desgastando e gastando mais dinheiro com água”, afirmou Eduardo Aparecido, 26 anos, pai de um dos alunos da Emeif (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental) Monsenhor João do Rego Cavalcanti, no bairro Campestre.





A vice-prefeita de Santo André, Dinah Zekcer (PTB), rechaçou entrave sobre a contratação da empresa que faz a confecção das roupas, apesar de desconhecer o nome da vencedora da licitação. Segundo ela, o processo está pronto e logo os estudantes vão receber o uniforme. “O que tem atrasado é que ainda não sabíamos quantas crianças iriam entrar nas escolas, a quantidade de meninas e meninos, o tamanho. Está sendo feito esse trabalho para analisar as medidas.”

Diário publicou em dezembro reportagem na qual a administração justificou que a licitação, desta vez, começaria em breve, pois a quantidade de peças estava sendo definida. Mesmo com o período de inscrições escolares em setembro, Dinah alegou que não é possível realizar a medição porque “as crianças crescem muito rápido”. “Em dois ou três meses já há diferença”, avaliou a vice. Segundo ela, as reclamações têm fundo “meramente político”, em razão de nas gestões anteriores não existir o serviço. O discurso, entretanto, vai na contramão da vizinha São Bernardo, que distribuiu os kits em dezembro. Foram beneficiados em torno de 85 mil estudantes.

Enquanto não recebem os materiais, os pais dos alunos da rede de Santo André reclamam da falta de roupas para os filhos. “Está tendo de usar o mesmo do ano passado. Ainda não está tão ruim, mas o problema é que ele cresceu e o uniforme ficou apertado. Se tivesse novo, seria bem melhor”, afirmou Eni Isabel Bassoto, 45, avó de dois alunos. “A menina que está entrando agora vai ter de vir com roupa normal porque não tem uniforme.”

Já a dona de casa Cleide Nicolau, 54, acredita que a roupa com a identificação da rede municipal de ensino traz maior segurança para os alunos. “Com o uniforme é possível distinguir quem é da escola. Isso é muito útil e mais seguro. Todos deveriam usar.”

Fonte: Diário do Grande ABC





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